Aliás, esse era o grande problema com as edições anteriores. O UEFA não passava de um Fifa com todos os clubes de futebol da Europa e suas principais ligas. Agora, a coisa mudou. UEFA Champions League 2004-2005 traz mudanças importantes na jogabilidade.

A alteração mais interessante diz respeito às missões que o jogador tem de cumprir. Para começar a jogar, o gamer escolhe um time entre as 239 equipes da liga inglesa, alemã, francesa, espanhola, italiana, portuguesa ou qualquer outra disponível. Feito isso, seleciona ou cria o perfil de um treinador. Porém, a equipe é comprada antes mesmo de entrar em campo. O novo proprietário é um cartola que faria sucesso no futebol brasileiro.

Para começo de conversa, ele decide mexer no esquema tático do time, na escalação, ordena a compra de novos jogadores e determina em que hora devem ser aplicadas goleadas. Este tipo de desafio modifica a rotina de quem estava acostumado a empilhar várias partidas em seqüência no Fifa.

A parte relativa à compra e venda de jogadores é interessante, mas pode irritar um pouco depois de algum tempo. Para a transação ser aceita, é preciso que os jogadores adquiridos atinjam um determinado valor somando-se as suas habilidades. Claro que a verba para as contratações é limitada.

Assim, para conseguir os reforços pedidos pelo cartola do time, é preciso pesquisar bastante. Evidentemente ninguém vai sair comprando um craque como Ronaldinho Gaúcho logo de cara. É preciso tempo, paciência e muito, mas muito dinheiro.

As missões restantes são divertidas. Por exemplo, você é obrigado a escalar um centroavante que acabou de comprar. Só que para valorizar o passe da sua nova aquisição, ele precisa marcar um gol. Nos modos mais difíceis, a tarefa se torna realmente complicada. Outra curiosidade é que algumas partidas já começam com o jogo em andamento. Por exemplo, é preciso buscar um empate depois dos 25 minutos do segundo tempo. É difícil e, de certa forma, injusto.

Ao todo são 50 missões diferentes. O proprietário costuma pedir várias tarefas por partida. Após o jogo, há um bônus pelos objetivos cumpridos. Quanto mais for adquirido ao longo do tempo, mais partes bloqueadas do game serão liberadas.

Esse tipo de mudança na jogabilidade aumentou, com certeza, o valor de repetição em UEFA Champions League 2004-2005. É possível jogar várias vezes para obter mais pontos ou cumprir todas as missões impostas pelo proprietário do time.

A jogabilidade segue a mesma linha do Fifa 2005 com os erros e acertos de sempre. O domínio da técnica do "primeiro toque" continua sendo decisivo na hora de enganar a defesa adversária. O jogo é inglês. Logo, a narração soa estranha para os padrões brasileiros. A trilha sonora é surpreendentemente humilde para os padrões da Electronic Arts. Os gráficos seguem o mesmo padrão de qualidade Fifa 2005 e o multiplayer é divertido e eficiente.

Os fãs mais radicais da série Fifa podem estranhar as missões. A idéia de jogar pelo resultado ou ter de cumprir objetivos pode tirar um pouco da graça do game. A compra e venda de jogadores também contribui para quebrar o ritmo do jogo. Contudo, o desafio em UEFA Champions League 2004-2005 ficou bem mais interessante.