De cara, o visual do jogo lembra Age of Mythology, a incursão da desenvolvedora Ensemble Studios pelo mundo dos deuses - e que provocou um espaço de seis anos desde o lançamento do segundo título baseado em fatos históricos. Até mesmo a cinemática, aqueles filminhos que ligam cada uma das missões de uma campanha, remetem a Mythology.
Significa que o visual não evoluiu desde então? Muito pelo contrário: o sistema gráfico foi totalmente aprimorado, capaz de exibir um visual espantoso para um jogo de estratégia. Já não é novidade, mas o que mais impressiona - e mostra a evolução dos gráficos - é o movimento das águas. Circula que o responsável levou mais de um ano para concluir a tarefa.
Como se não bastasse, Age of Empires III foi turbinado pelo sistema gráfico Havoc 2, nada menos que o responsável por dar mais realismo físico a Half Life 2. Com ele, as árvores balançam e deixam cair folhas quando são atingidas pelos lenhadores, os soldados "reagem" ao impacto das balas e as construções caem de acordo com a forma como são atingidas.
Provavelmente, você deve estar imaginando que Age of Empires III exige um computador incrementado para rodar. Testamos em dois, e ele funcionou sem problemas até em um AMD Athlon XP 2100+ com 512 MB de RAM e placa de vídeo GeForce 4 com 64 Mb. Mas claro que todo o aprimoramento visual descrito acima só pode ser visualizado em máquinas mais potentes.
História
Além do visual, Age of Empires III não traz muitas novidades à série. São oito civilizações disputando o seu espaço no "novo mundo" - algumas meio forçadas, como russos, otomanos e alemães, que teriam influência na Europa, na época dos descobrimentos. O destaque fica por conta dos nossos "colonizadores" portugueses - caso você não saiba, uma das maiores potências marítimas de meados do milênio passado. Completam a escalação franceses, britânicos, espanhóis e holandeses.
Neste ponto, a principal novidade é que você pode formar alianças com tribos indígenas, incluindo comanches, iroqueses e aztecas. Para tanto, basta construir um posto de comércio na aldeia. A parceria dá acesso a novas tecnologias e unidades, geralmente mais baratas.
Os mesmos postos são utilizados para controlar rotas de comércio, que evoluem da simples circulação de mercadores até o transporte ferroviário. Cada vez que um trem passa por um de seus postos, por exemplo, sua civilização ganha pontos de experiência - mais tarde, pode escolher entre comida, madeira ou mineiro. A aliança com os nativos e a administração de rotas de comércio podem ser decisivos para garantir a supremacia de um cenário.
Os pontos de experiência adicionam um elemento de RPG em Age of Empires III. Mas não o único: tal como em Mythology, as unidades ficam fortalecidas sempre que eliminam o inimigo. A diferença é que, neste novo jogo, isso fica mais evidente - os pontos conquistados aparecem assim que uma unidade, incluindo construções, é derrubada.
Além disso, de novidades, vale ressaltar que os aldeões não precisam mais se dirigir a uma construção para depositar a sua coleta, e os soldados são criados em tropas de até cinco unidades, o que ajuda na hora de determinar uma área de conflito como "ponto de encontro". Algumas unidades, incluindo caravelas, também podem criar elementos humanos. No geral, o jogo ficou mais rápido e dinâmico.
Carteado
Os pontos de experiência também servem para a que talvez seja a maior novidade de Age III: de tempos em tempos, o usuário pode solicitar uma ajudinha da sua metrópole, pedindo desde necessidades básicas - aldeões, alimentação, madeira e mineiro - até unidades de combate - sempre em grupos de pelo menos seis soldados. Essas atualizações são gerenciadas por um sistema de "cartas", e o jogador pode deixar disponíveis outras melhores na medida em que conquista pontos de experiência. A novidade é importante, já que você pode montar um exército inteiro sem desperdiçar com comida, madeira e minério.
O que decepciona em Age of Empires III, sobretudo na comparação com seus antecessores, é o período relativamente curto em que o enredo ocorre. Não existe aquele impacto em cada passagem de era, e nem mesmo aquela aura de começar uma civilização na pré-história e fazê-la evoluir por milhares de anos. Agora, teoricamente, são cerca de quatro séculos - o marco final é a guerra civil norte-americana.
Age III traz somente uma campanha, mas composta de 24 missões e que envolve um misterioso culto europeu, a Guerra dos Sete anos (entre franceses e britânicos) e as revoluções de Simon Bolivar na América do Sul. Além disso, oferece os modos skirmish (combate) e multiplayer para até oito jogadores.
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