De fato, isso foi a primeira coisa que nos chamou a atenção no jogo que analisamos agora; estamos diante de um Spider-Man diferente. A nova imagem do super-herói aracnídeo, que conserva suas principais características, parecerá infantil demais a alguns e fresca e inovadora para outros. É uma questão de gosto.
O jogo usa o cell-shading para conseguir recriar com bastante fidelidade o estilo de desenho dos quadrinhos em que se baseia. Para isso contribuem também as cinemáticas, realizadas a base de vinhetas nas quais os personagens criam vida para cruzar de uma a outra, ou simplesmente perder-se entre elas.
De qualquer maneira, graficamente o resultado final é no máximo interessante, com uma estética que, ainda que faça uso do cell-shading, não oferece nada de especial ou inovador.
Focando já no que é o jogo em si, cade dizer que um de seus principais trunfos é, por um lado, que nos permite jogar alguns níveis como Spider-Man e outros como Venom; e por outro, a aparição de multidão de personagens da fábrica Marvel, com os quais nos iremos topando à medida que avancemos pela trama. As diferenças na hora de controlar Spider-Man ou Vernom são bastante evidentes, não apenas pelo controle em si, senão pela forma de atuar, coisa que se agradece.
O homem aracnídeo é mais acrobático e ágil, dispõe do sentido das aranhas e usa as teias tanto para transportar-se em grande velocidade pela cidade como para capturar o inimigo. Ao contrário, Venom é muito mais rude, destrói tudo por onde passa como se fosse um rolo compressor e seus ataques costumam ser demolidores. As missões nas quais controlamos Venom costumam ser mais lineares, mas quando nos colocamos na pele do Homem-Aranha o jogo nos oferece bastante liberdade de ação.
Nos deixa no meio de uma grande avenida repleta de veículos e gente, sem missão alguma, perambulando de um lado a outro, mas situando uma série de pontos de missão. Por conseguinte, quando nos cansamos de dar voltas podemos olhar nosso minimapa, no qual está marcada a localização destes pontos aos quais devemos chegar se queremos realizar uma missão. Obviamente, se queremos, podemos continuar dando voltas pela cidade sem rumo fixo, mas isso é algo que não demorará muito para nos aborrecer.
Como também nos aborrecerá outro dos pontos negativos do jogo: a repetição de missões. O que é realmente divertido é avançar na trama em si, já que algumas das missões podem ser realmente muito chatas. Serve de exemplo a missão de carreira, na qual temos que ir seguindo um caminho prefixado o mais rápido possível. Uma vez tem graça, mas basta ter que fazê-la três vezes e deixará de parecer tão divertido.
Assim mesmo, como acontecia em outro jogo baseado em super-heróis da Marvel - Fantastic Four -, a câmera pode chegar a ser quase enjoativa, já que tem certa tendência a colocar-se no lugar no nos dá a pior visão possível do inimigo.
Resumindo: ainda que a série de histórias em quadrinhos Ultimate Spider-Man esteja triunfando nos Estados Unidos, não cremos que o videogame consiga seguir seus passos. É um produto interessante para todos os fãs do famoso escalador de paredes, e um jogo de ação a mais para o resto dos mortais.
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