Eu não acreditava que um jogo de videogame poderia ter a capacidade de provocar arrepios. Call of Duty, um novo game de ação da Activision ambientado na Segunda Guerra Mundial, provou que eu estava errado.
Você pode escolher se vai jogar ao lado dos americanos, britânicos ou russos nas missões que retratam batalhas reais, entre elas a Operação Overlord e a última investida aliada contra o coração da enfraquecida Berlim. O efeito total transcende o videogame de um jeito que muitos poucos títulos conseguiram ate agora - é uma reedição da História com você no papel principal.
Durante horas, esqueci que estava no escritório da minha casa, clicando um mouse e pressionando teclas. Em vez disso, eu estava lá, em 1944. Avancei com dificuldade ao lado de meus compatriotas americanos por pastagens cheias de crateras na Normandia, neutralizando canhões antiaéreos alemães durante a operação Overlord. Uni-me a um esquadrão de elite das tropas britânicas atrás das linhas inimigas, destruindo posições defensivas para que os bombardeiros da Real Força Aérea pudessem despejar sua carga mortal. E quase não sobrevivi na pele de um recruta russo desarmado, sacudido de um lado para outro junto com uma multidão apavorada numa embarcação caindo aos pedaços, atravessando para a margem oeste do Volga em direção ao que parecia ser a certeza da própria morte nas ruínas de uma Stalingrado dominada pelos nazistas.
E estes foram apenas alguns momentos inesquecíveis e cinematográficos num jogo com uma cena de ação atrás da outra.
O game é uma refrescante novidade no cansado gênero dos shooters em primeira pessoa, e traz gráficos ricos e impressionantes - entre eles cenários onde a água parece mais molhada do que em qualquer outro jogo de computador. Apesar da beleza, ele rodou muito bem no meu computador de dois anos de idade.
O visual é ótimo, mas o que realmente me fez procurar abrigo foram os efeitos sonoros, como os clique-claques das metralhadoras, os ecos reverberantes dos rifles de precisão e o trovejante estrondo da artilharia. Se uma bomba explode perto de você mas não o bastante para matá-lo, ela provoca um estado momentâneo de atordoamento, horror e surdez em que você sequer conseguirá se arrastar - quanto mais andar.
Como todas as lembranças memoráveis, eu queria mais. Infelizmente, no nível de dificuldade normal, terminei Call of Duty depois de cerca de oito horas. É pouco para um bom jogo. Mas o que falta em duração, o game mais do que compensa em intensidade. E depois de virá-lo jogando sozinho, existe a interminável diversão do modo multijogador.
Você pode testar sua coragem e aptidão guerreira contra dezenas de outros soldados na Internet, mas esteja preparado para alguma frustração. O jogo é imperdoavelmente difícil quando jogado online. Enquanto algumas missões multijogador oferecem itens que curam suas feridas, a maioria das que joguei não tinha esse recurso. Muitas vezes, um tiro basta para você morrer.
Call of Duty é um game muito bem feito que realmente leva o tumulto da guerra para dentro do seu PC. Certamente, isto é o mais perto da guerra que eu já quis chegar. Leva uma nota nove.