O game de O Código aproveita bem a idéia de Brown e, ainda bem, não segue o roteiro do livro à risca. Do contrário, quem já leu o livro - ou viu o filme - saberia as respostas de todos os mistérios. O jogo vai muito além da história original e insere na trama elementos fantásticos como escadarias que surgem do chão e outras cenas mirabolantes demais para as palavras de Brown.

Um dos melhores aspectos do jogo é o cenário. Os locais da aventura de Robert Langdon e Sophie Neveu são reproduzidos com perfeição. Dá até para dar uma volta correndo (porque no jogo não é possível andar) pelo Museu do Louvre e apreciar as pinturas. As Catedrais gigantescas e escuras são mostradas com todos seus detalhes.

Os quebra-cabeças do jogo são desafiadores, mas poderiam ser melhores. O game abusa de desafios onde o jogador fica perambulando na esperança de encontrar uma senhas ou qualquer objeto, deixando a desejar naqueles quebra-cabeças onde a lógica é o elemento mais importante, como em jogos como 7th Guest. Ainda assim, é desafiador e bastante extenso, principalmente para quem não leu o livro, mas é daqueles jogos que perde toda a graça se pegar um walkthrough pela web. Quem é fã antigo dos clássicos adventures da LucasArts talvez fique decepcionado, mas ainda assim vale o tempo gasto.

O jogo, claramente desenvolvido pensando nas versões para Xbox e PlayStation2, pára em limitações dos consoles e não aproveita todo o potencial que o PC poderia trazer ao jogo, seguindo uma tendência onde os games são os mesmo em diversas plataformas (e ainda assim estranhamente não é possível utilizar um gamepad no computador).

A luta é um elemento bastante presente no jogo e parece só estar ali como uma forma de deixar o andamento do jogo mais lento e preencher a falta de desafios. É uma influência do estilo de jogo de console, que nas clássicos aventuras para PC era um mero coadjuvante. Vale ainda notar que Langdon, que no livro era um medroso, vira um herói valente e briguento no jogo.

O game O Código da Vinci é uma boa aventura carregada de muita história antiga e um novo ponto de vista da obra de Dan Brown. Quem e fã do livro certamente vai se deslumbrar com a possiblidade de ver e explorar os lugares mencionados na obra e viver uma remodelada aventura de Robert Langdon. Mas fica o alerta, quem espera desafios dignos de simbologista da Harvard pode se decepcionar.