Seja por apertar um botão errado ou uma falta de luz na pior hora, eu sempre quis voltar no tempo enquanto jogava videogame. Prince of Persia: The Sands of Time é possivelmente o melhor antídoto para decisões ruins no joystick.

O novo jogo, lançado para PlayStation 2, GameCube, Xbox e PC, oferece a você algumas habilidades que fariam a cabeça de Albert Einstein girar: você pode desacelerar o tempo, acelerá-lo ou congelá-lo completamente. Mas depois de uma série de saltos de penhascos mal-sucedidos, meu truque favorito é mesmo aquele que faz o relógio andar para trás.

Prince of Persia começa com uma batalha feroz num vasto palácio da Pérsia medieval. Você controla o filho mais jovem do rei Shahraman numa aventura para recapturar as mágicas mas mortais areias do tempo - que você acabou libertando por depois de ser enganado.

O tempo não está sozinho ao lado do jovem príncipe. Ele tem a agilidade de um dançarino e praticamente desafia a gravidade ao subir pelas paredes, saltar distâncias incríveis e rodopiar em volta de mastros como um acrobata.

Prince of Persia tem controles fáceis de dominar junto com as manobras que permitem a você escapar por cima e por baixo de obstáculos como pontas de metal, barras giratórias com ganchos afiados como navalhas e serras faiscantes que ondulam nas paredes.

O jogo torna-se irritante em alguns momentos. Como muitos outros jogos de console, você só pode salvá-lo em determinados pontos, sinalizados com espirais brilhantes chamadas "visões de areia". Ainda sonho com o dia em que os jogos me deixarão salvar quando der vontade. Aqui, porém, o sistema de "checkpoints" serve a um propósito admirável: ele permite que você veja, em imagens envelhecidas, uma prévia do nível seguinte. As imagens são breves, mas muito úteis para descobrir como passar por fases mais complicadas.

Uma vez libertadas, as areias do tempo dão origem a um exército de criaturas arenosas sobrenaturais. Você vai precisar de sua espada, algumas manobras acrobáticas ousadas e seu poderoso punhal do tempo para vencê-las - embora um poder que eu desejava ter nesse jogo era o de pular as batalhas com monstros inteiramente. Embora o jogo traga alguns movimentos de luta acrobáticos bastante legais, eles acabam se tornando um incômodo a caminho de aventuras maiores, como ultrapassar obstáculos ou solucionar enigmas.

Um dos momentos em que eu gostaria de poder voltar no tempo veio logo no começo do jogo. Eu alinhei uma série de hastes brilhantes para aciona o sistema de defesa automático do palácio - que só serve para colocar obstáculos diante de você pelo resto do jogo.

Seu personagem também serve como o principal narrador do game. Se você morrer - acredite em mim: isso acontecerá - terá à sua disposição um número infinito de vidas de reserva. Em vez de uma tela de "game over", o protagonista diz: "Espere... não foi assim que terminou" - e pergunta se você quer tentar outra vez.

Dos grãos de areia voando ao redor de seus pés aos reflexos na superfície da água onde você deve mergulhar para recarregar suas energias, os gráficos na versão para Xbox que eu joguei eram espetaculares. Três estrelas de quatro.